Autorresponsabilidade: a habilidade para ter sucesso

Esse não é mais um artigo sobre autorresponsabilidade. Esse é um artigo que vai virar uma chavinha para você e a forma como se relaciona com o que te acontece. 

A autorresponsabilidade é vista por muitas pessoas como uma autopunição, mas na verdade ela é o oposto, ela é LIBERDADE. Então, vou compartilhar com você duas técnicas, aplicáveis ao seu dia a dia, para se tornar uma pessoa autorresponsável e, consequentemente, ter mais sucesso em sua vida. 

Percepção: a principal característica da pessoa autorresponsável

Ser uma pessoa autorresponsável é assumir que as escolhas que você fez te trouxeram até onde você está hoje e, portanto, SOMENTE VOCÊ pode te tirar desse mesmo lugar.

A função mais importante do nosso cérebro é a PERCEPÇÃO. Esta função consiste na forma como o nosso cérebro percebe o que acontece ao nosso redor a partir dos nossos 5 sentidos.

A percepção funciona como uma lente a partir da qual o nosso cérebro lê o que nos acontece, o problema é que, muitas vezes, temos uma interpretação distorcida da realidade. A partir dessa interpretação criamos pensamentos e crenças a ponto de virarem atitudes que vão influenciar os nossos resultados.

Verdades absolutas: a autorresponsabilidade 

  1. Todas nós somos expostos a fatores externos (circunstâncias da vida) e, em maior ou menos proporção, somos influenciadas por eles. Mas veja bem, eu disse influenciadas, não determinadas. Portanto, 
  2. O que diferencia as pessoas diante dos fatores externos é a interpretação. 

Você já deve ter visto duas pessoas passarem pela MESMA situação e agirem de formas completamente diferentes. Por exemplo: uma empresa está passando por problemas financeiros e precisa demitir duas funcionárias.

Para nos ajudar a entender como a percepção influencia nossos resultados de carreira a partir desse exemplo, vamos chamar uma das funcionárias de Maria e a outra de Joana. O mesmo fato – ser demitida – aconteceu com as duas, mas elas lidaram com a situação de formas diferentes. 

Ao refletir sobre sua demissão, Joana pensa: Eu fui demitida por causa da crise da empresa. Então, se o problema foi a crise, não adianta eu fazer nada para consertar. Maria, por sua vez, pensa: Vou fazer um curso online para desenvolver novas habilidades e será útil na recolocação.

Analisando esse exemplo é possível entender como um mesmo fato levou a duas interpretações. Não tem uma interpretação certa ou errada sobre o fato, mas algumas interpretações nos ajudam a desenvolver nossa mentalidade e nossas crenças com mais autorresponsabilidade e, assim, vai nos ajudar a progredir.

A partir desse exemplo te convido a refletir:

  • Qual delas está agindo de forma autorresponsável?
  • Qual delas vai tomar melhores decisões de carreira?
  • Qual delas vai conseguir perceber oportunidades de carreira?
  • Qual delas vai curtir o processo até finalmente colher resultados na carreira?

No nosso exemplo, Joana entrou no padrão vitimista, percebendo sempre a vida contra ela, pensando que é azarada e que as outras pessoas têm mais sorte do que ela. O que acontece com as pessoas que estão no padrão vitimista é que ela foca o seu esforço, que diga-se de passagem é um recurso finito, nos FATORES EXTERNOS, ou seja, tudo que não depende dela.

Normalmente é mais fácil identificar o padrão vitimista nos outros que em nós mesmas, mas TODAS nós já fomos vitimistas em alguma situação das nossas vidas.

Como agir com autorresponsabilidade?

O padrão da autorresponsabilidade é o oposto do vitimismo. Muitas vezes a autorresponsabilidade é confundida com a sorte, pois as pessoas que agem com autorresponsabilidade tendem a ter mais sucesso e realização na carreira. Mas quem analisa a trajetória dessas pessoas nem sempre percebe todo o esforço que elas tiveram para alcançar o que desejavam.

Os fatores externos sempre existirão e serão desafiadores para TODO MUNDO, o que muda é como lidamos com eles. A pessoa que atua com autorresponsabilidade FOCA naquilo que ela PODE FAZER, independente dos fatores externos.

Muitas vezes atribuímos a outras pessoas e a fatores externos à responsabilidade por estarmos na posição que nos encontramos, porém esse pensamento não possui nenhuma relação com a realidade. Fomos nós que os colocamos onde estamos hoje e, portanto, SÓ a gente pode nos tirar desse lugar.

Segundo a neurociência, existe uma predisposição genética para uma pessoa ser mais vitimista ou mais autorresponsável. Entretanto, as nossas predisposições genéticas não determinam se seremos vitimistas ou autorresponsáveis, pois as nossas experiências também moldam a nossa forma de ver o mundo

Além disso, o esforço CONSCIENTE que fazemos para mudar, ensina novos padrões de comportamento ao nosso cérebro. E, à medida que sustentamos a mudança, mais fácil ela vai ficando manter os novos padrões comportamentais.

Técnicas para ser autorresponsável:

1. Zonas de Controle
  • Zona de descontrole

Todas nós somos expostas aos fatores externos que não temos controle. Mas o que muda é a percepção que temos sobre eles. Por exemplo, a pandemia não está no nosso controle, nós não a causamos, nem podemos acabá-la. Mas há sim coisas que podemos fazer relacionadas a ela.

  • Zona de Influência

A Zona de Influência inclui tudo aquilo que eu não consigo controlar ou determinar, mas eu consigo influenciar a partir das minhas atitudes. Seguindo o exemplo da pandemia, nós não conseguimos determinar se teremos COVID-19 ou não, mas conseguimos tomar atitudes que reduzam a nossa possibilidade de contaminação, como tomar a vacina, usar máscara e evitar aglomerações.

Outro exemplo, eu não consigo determinar os resultados das minhas vendas de infoprodutos, mas eu consigo tomar atitudes para influenciar o resultado da venda, como me capacitar em marketing digital para aplicar as melhores estratégias para atingir o resultado que eu desejo.

  • Zona de controle

A Zona de Controle abrange o que depende exclusivamente de nós e como, demonstrada na imagem, essa Zona é bem pequena comparada às demais. Então, sempre que você analisar uma situação, a partir de agora, se questione o que naquela situação está na sua Zona de Controle, Descontrole ou Influência.

Após identificar os aspectos que estão dentro de cada Zona você deve focar sua energia apenas nas Zonas de Controle e Influência, pois estão sob a sua responsabilidade. 80% da nossa energia deve estar na nossa Zona de Controle e 20% do seu esforço deve ser destinado a Zona de Influência. 

Já o que estiver na Zona de Descontrole só nos cabe aceitar, embora nem sempre seja fácil, pois não nos resta nada mais a fazer. Colocar energia na sua Zona de descontrole vai apenas te gerar ansiedade e não te ajudará a resolver a questão que te mobiliza emocionalmente.

ATENÇÃO! Ainda que a situação pareça completamente fora do seu controle, sempre há algo que podemos controlar, ainda que sejam os nossos pensamentos e atitudes.

2. Roteiro de Interpretação Emocional

Sempre que você tiver uma emoção negativa, responda (no papel) essa sequência de 6 perguntas para ativar a sua autorresponsabilidade:

  • O que aconteceu?
  • Que emoção estou sentindo? 
  • Que emoção fez eu me sentir assim? 
  • Qual a outra interpretação possível?
  • Essa é uma oportunidade para eu desenvolver o que em mim?
  • Considerando o que está no meu controle, como vou agir?

 Seguindo esse roteiro você estará convidando a parte racional do seu cérebro para participar da análise da situação e equilibrar a interpretação sem negar as nossas emoções. Assim, será possível sair de uma posição vitimista e treinar um posicionamento autorresponsável até, de fato, se tornar uma pessoa autorresponsável.

A medida que você vai praticando o seu cérebro, a partir da neuroplasticidade, irá aprender que se posicionar com uma pessoa autorresponsável é mais vantajoso para você.

Para finalizar este artigo vou te deixar uma reflexão: o que você faz do que a vida faz com você?